quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O DUB e suas raízes

                     (King Tubby | foto: Vague Terrain)
 
Lucifer son of the mourning, I'm gonna chase you out of earth!”. Max Romeo, autor da música “I Chase The Devil” (1976) do álbum “War Ina Babylon" (1976) foi um dos grandes nomes do Reggae, estio musical jamaicano. O reggae, criado na década de 60 com influência do Ska, retratava a miséria e a guerra nos países africanos.

Na mesma década, outro estilo musical surgia, vertente do reggae: o Dub. Um dos percurssores mais importantes na realização e concretização deste estilo foi King Tubby. Alguns anos depois, Mad Professor desenvolve também o dub e passa a ter notoriedade em bandas comerciais. Na “Virada Cultural 2011”, evento comemorativo com 24 horas de duração, realizado em diversos pontos da capital paulista pela Prefeitura, Mad Professor marcou presença na Avenida São João, Centro de São Paulo. Sensacional!


Inicialmente, o dub era remix de músicas de reggae. Eram valorizados metais, bateria e o baixo. O vocal não era tão trabalhado. Com base nesses elementos em destaque, a originalidade do som grave e rítmico transpassava a barreira do comum. De certa forma, o dub significa a introspecção do individuo, a sua mente em sucessiva ascensão.


Na produção das músicas era possível encaixar sons externos presentes no ambiente (água corrente, estalos, tiros, gritos), gravados e inclusos por engenheiros de som ou demais profissionais da música que tivessem capacidade criativa em expansão e conhecimento dos equipamentos e procedimentos técnicos necessários.


O interessante deste estilo musical é que todo o material de trabalho para a produção do dub é reaproveitado por seu criador, estimulando a criatividade e originalidade de cada compositor. Kanka, Augustus Pablo e Lee "Scratch" Perry são exemplos de compositores de dub.


Atualmente, o dub é tocado em casas de música alternativa e em shows de reggae. Em São Paulo há bares que tocam dub. Vale a pena pesquisar e conhecer esse estilo musical, tão envolvente e profundo. Fire!

Por: Thiago Alzani

Sinopse CineMusical

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Sinopse do filme "Sonhos" - (1990) Akira Kurosawa



Título Nacional: "Sonhos"
Título Internacional: "Dreams" (EUA), "Yume" (Japão)
Idioma: Japonês
Diretor: Akira Kurosawa
Elenco:  Akira Terao, Mitsuko Baishô, Toshie Negishi, Mieko Harada, Toshihiko Nakano e Yoshitaka Zushi

O filme "Yume" (japonês)\"Sonhos"(português)\"Dreams" (inlgês), produzido em 1990 por Akira Kurosawa, é uma produção íntima, associada aos diversos sonhos que o diretor teve no decorrer da sua vida.

Diferente das demais produções, "Sonhos" possui oito filmes (sonhos) de curta duração acompanhados de fotografias, coreografias e maquiagens impressionantes. Os diálogos entre os personagens são temporais. Cada sonho possui contextos diferentes, mas em determinados momentos parecem que se encontram.  A singularidade de cada história envolve o espectador  e o faz refletir, do início ao fim do filme. 

No primeiro sonho titulado "Um raio de sol através da chuva", a teimosia de um filho diante da proibição da mãe em um dia chuvoso resulta em um drama comovente, pois diz a lenda que "quando o sol está brilhando através da chuva, as raposas se casam". Se durante a cerimônia algum convidado indesejado aparecer, este não poderá mais retornar à sua família, sendo obrigado a seguir o caminho solitário e sem volta ao final do arcoiris (casa das raposas). 

No quarto sonho, "O túnel", um oficial do exército japonês caminha por uma estrada até cruzar um túnel escuro. Retornando da guerra e sozinho, passa a sentir uma estranha presença no lugar. Durante a sua parada e retomada do percurso, um soldado yurei (fantasma japonês) sai das sombras e vai até o oficial. Explicar que a vida não pertence mais ao corpo do soldado, bem como das demais presenças sobrenaturais, pode ser o início de um irreversível e macabro desespero.


Esses dois sonhos são uma pequena amostra da qualidade e da originalidade de Kurosawa. Unir todos os quadros de Van Gogh, descrever uma catástrofe nuclear no japão (vale a pena comparar com os desastres naturais no início de 2011) e a sobrevivência de alpinistas diante de uma tempestade de neve são outros sonhos que vão se formando durante o filme. 

São elementos significativos que fizeram do cineasta ser uma referência para Jorge Lucas e Steven Spilberg. Ícone e vencedor de diversos prêmios internacionais como melhor filme estrangeiro, Akira Kurosawa relutou pelo cinema japonês, promovendo os sentimentos do ser humano, em suas mais variadas situações.


Por: Thiago Alzani

Sinopse Cinemusical