segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Cisne Negro (Black Swan) – 2011 | Com Natalie Portman



Título Original: Black Swan
Título Nacional: Cisne Negro
País de Origem: Itália / França 1969
Idioma Falado: Inglês

Diretor: Darren Aronofsky

Atores: Natalie Portman, Winona Ryder, Mila Kunis e Vincent Cassel






nota no imdb


Cisne Negro é um dos belos destaques das telas deste ano, com uma atuação sensacional de Natalie Portman, que lhe rendeu a estatueta de melhor atriz no Oscar 2011. Um prêmio mais que merecido!

Natalie Portman interpreta Nina, uma dançarina de balé de destaque em umas das escolas mais cobiçadas de Nova York. Thomas, o diretor, decide “aposentar” a principal dançarina da escola, estrelada por Winona Ryder, e começa a procurar uma nova bailarina para substituí-la na abertura da temporada com a apresentação de “O Lago dos Cisnes”. Nina se encaixa perfeitamente com o papel do Cisne branco, porém Thomas deseja que a dançarina escolhida também interprete o Cisne negro, personagem malicioso e sensual – totalmente diferente de Nina, uma garota pura e ingênua. Mesmo assim o diretor a escolhe para o papel, acreditando que conseguirá corrompê-la e transformá-la na bailarina ideal para interpretar os dois cisnes.

A partir daí, Nina passa a ter alucinações e enlouquecer aos poucos para interpretar o cisne negro. Sofre pressões de todos os lados, inclusive de sua mãe – uma bailarina frustrada que vê na filha a oportunidade de realizar seu sonho de ser uma dançarina reconhecida. A mãe de Nina é uma personagem estranhamente peculiar no filme. Ao longo de “Cisne Negro”, ela demonstra ser obcecada pela filha e a educa como se fosse uma criança, o que passa a influenciar ainda mais para que Nina enlouqueça de vez.

Dirigido por Darren Aronofsky, que também trabalhou no fantástico “Réquiem Para um Sonho” e no drama “O Lutador”, “Cisne Negro” é mais uma de suas belas e esquisitas experimentações do cinema. Vale conferir, pois é a representação da arte tal como deve ser: arte trabalhada, carregada de diversos significados, puramente bela e inteligente.

Por Leandro Mendes
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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Gov´t Mule: Deepest End (2001/2002) - Brasil‏


Formado em 1994 pelo pelo guitarrista Warren Haynes e o baixista Allen Woody, integrantes da grandiosa Allmann Brothers Band, o Gov´t Mule é um dos projetos mais empolgantes da atualidade. Um Southern Rock preciso, com pitadas de Hard Rock e um pouco de Blues, Gov´t Mule criou um som super característico e diferente, agradando a muitos apreciadores que acreditam que ainda é possível fazer música de qualidade nos dias de hoje.

O guitarrista Warren Haynes é dotado de um dom fantástico, sem exagero! Sua voz potente, sua precisão ao criar riffs de guitarra que não saem da cabeça e o tremendo bom gosto com que executa os solos mais belos que já ouvi, fizeram com que o líder do Gov´t Mule fosse eleito o “The Best Slide Guitarrist” pela Guitar Player americana por duas vezes consecutivas. Uma prova de que Haynes é único!

O álbum Deepst End, lançado em duas etapas – em 2001 e em 2002 – marca uma nova etapa na vida da banda. Após a morte do baixista Allen Woody, Gov´t Mule convida diversos músicos, entre eles Roger Glover (Deep Purple), Flea (Red Hot Chili Peppers) e Jack Bruce (Cream), para gravar um disco em homenagem ao falecido amigo. É lançado então um dos melhores álbuns da banda!


Larger Than Life, Blindman In The Dark e Bad Little Doggie são os destaques para você conhecer essa magnífica banda. Convenções maravilhosas, executadas impecavelmente por todos integrantes da banda, marcam praticamente todas as canções. As baladas Beautifully Broken, I Shall Return e Soulshine são simplesmente incríveis, acreditem. Não são melosas e românticas como imaginam – são apenas criadas com a maior sensibilidade e as mais belas notas.

Confiram a apresentação ao vivo da turnê de Deepest End, que rendeu um impressionante DVD com mais de 5 horas de show!

Pra vocês a empolgante e maravilhosa Soulshine:



Por Leandro Mendes
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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Dillo Daraujo: Mestiço (2008)


O guitarrista Dillo Daraujo é uma das grandes preciosidades da música brasileira contemporânea, um motivo de orgulho nacional. Nascido em Brasília, Dillo gravou seu primeiro álbum em 2004 – CrocoDilloGang – que foi seu pontapé inicial no perplexo e complicado mundo da música.

Porém, Dillo amadurece rapidamente, coloca uma outra ideia na cabeça e começa a gravar seu grande álbum: “Mestiço”. O nome não é à toa. Realmente o disco é uma mistura só – uma mistura das boas! Lançado em 2008, “Mestiço” faz referência a diversos estilos musicais, que juntos formam uma bela e autêntica obra característica de nosso mais novo e querido músico: Dillo Daraujo.

Com o pé direito no blues, o esquerdo no Rock e as mãos sugando tudo o que há de melhor em nossa complexa música brasileira, desde o Baião do Nordeste ao Samba do Rio de Janeiro, Dillo criou algo totalmente novo e inspirador.

A primeira faixa do álbum, “Estilhaço”, já mostra do que o guitarrista é capaz de fazer. Com uma letra inteligente e engraçada sobre o desgaste na relação de um casal – inclusive sobre sexo - e com uma levada tão gostosa de ouvir, Dillo agrada logo na primeira impressão.

A maravilhosa “Paradoxo Blues” é nada mais nada menos que uma das melhores do álbum. É sua maior referência ao belo ritmo negro vindo de New Orleans: o blues. O solo é simplesmente incrível! Com uma pegada única e um timbre tão característico de sua bela guitarra, Dillo também mostra que sabe executar um blues como ninguém.

A canção “Melhor Metade”, imagino eu, foi uma de suas apostas para tocar nas rádios. Nessa canção Dillo conseguiu ser “pop” sem deixar a qualidade musical de lado e nos trouxe uma bela canção.



Tive o prazer de conhecer o Dillo em uma de suas apresentações em São Paulo, no Sesc Vila Mariana, e pude perceber a sensibilidade que existe em cada uma de suas palavras. A banda que o acompanha Brasil afora é de primeira qualidade, mas quem ganha destaque nos palcos é o jovem baterista Túlio Lima. Com um Swing que casa perfeitamente ao estilo de Dillo, Túlio parece entender perfeitamente as malucas convenções do líder da banda.

Claro que não poderiam faltar as baladas! As canções “Menina do Rio” e “Coração Vadio” demonstram toda a emoção existente dentro desse incrível guitarrista. O belíssimo solo de “Coração Vadio” é simplesmente inspirador. Elaborado com uma dedicação única, parece que Dillo teve inspiração de uma força maior – uma inspiração divina. Não duvido nada!

Acho que todo brasileiro com o mínimo de cultura possível, deveria ouvir Dillo Daraujo. É simplesmente uma aula para conhecer o que o Brasil tem de bom para oferecer.

Acesse o site do artista (www.dillo.com.br) e conheça mais. Seus dois álbuns estão disponíveis para fazer download gratuitamente. Ah, Dillo lançará seu terceiro álbum ainda este semestre: o “Fossa Nova”. Tudo indica que será um disco ainda mais maduro. Posso garantir!

Por Leandro Mendes
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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Queimada com Marlon Brando

Título Original: Queimada
Título Nacional: Queimada
País de Origem: Itália / França  1969
Idioma Falado: Italiano / Português

Diretor: Gillo Pontecorvo

Ator: Marlon Brando

"The Man Who Sells War"

Uma mensagem política atemporal







Sir William Walker (Marlon Brando), um grande agente do império britânico com dons de persuasão e manipulação pra lá de especiais, é enviado à ilha fictícia de Queimada no meio do caribe. Dominada pelos Portugueses e com forte influência no mercado canavieiro, a Ilha de Queimada é um obstáculo ao comércio dessa especiaria pelo império inglês. Walker então entra como um sabotador. Sua missão consiste em alimentar o caos na Ilha e se possível torná-la aliada dos ingleses no comércio de açúcar. Para tanto, Walker usa de suas artimanhas escolhendo um escravo local chamado José Dolores, que aparentemente tem as qualidades necessárias para liderar uma revolta. Bem sucedido em sua missão e de volta à Inglaterra, Walker recebe 10 anos mais tarde o convite para voltar a Queimada. Dessa vez sua missão é derrubar o monstro que criou.

Assisti esse filme muitos anos atrás no cinema do Centro Cultural da Vergueiro em São Paulo. Um verdadeiro achado por sinal. Neste filme o roteirista joga na cara do mundo uma crítica ao imperialismo norte americano apoiando as ditaduras de direita na América do sul e no resto do mundo. Fez isso contando uma história aparentemente sem maiores pretensões. Tanto que foi proibida a exibição e divulgação deste filme no Brasil devido à censura na ditadura até esta estréia  tardia no cinema da Vergueiro, cuja data não lembro mas estava presente.
O filme é tão atual quanto podem imaginar. Traçando um paralelo desta época para dias mais atuais, vemos a situação do apoio americano aos Talebãs contra a URSS em 89 e depois sendo o seu carrasco pós 11 de setembro. Tem também o apoio americano ao Saddan contra o Irã e depois sua perseguição devido às supostas armas químicas.
Walker representa a tirania imperialista capitalista cujos fins justificam os meios. Quando se dão conta de que criaram um monstro, se sentem na obrigação de combatê-lo.

StayCine!

Por DanMucura

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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Anthony Gomes - Unity (2002) | Brasil

Anthony Gomes - Unity: Soul Funk de primeira qualidade!‏

Anthony Gomes é desses guitarristas não muito conhecidos pelo público em geral. Na verdade, é até mesmo pouco conhecido pra quem entende do assunto! Nascido no Canadá e com sangue português, Anthony é um guitarrista contemporâneo de dar orgulho aos olhos – e ouvidos – dos grandes mestres do verdadeiro Funk. James Brown, Tower of Power e Breakestra devem estar orgulhosos da lição de casa transmitida ao novato Anthony Gomes.

Eu tive o prazer de conhecê-lo há pouquíssimo tempo. Para ser mais exato, 2 semanas! Foi amor à primeira vista. Devo tudo isso a uma garota de Brasília que o indicou para mim dizendo que o tal Anthony Gomes  era muito parecido com o lendário guitarrista Richie Kotzen. E não é que era! Porém, apenas fisicamente!

O álbum Unity, lançado em 2002 pela 33rd Street Records, foi o que colocou Anthony Gomes em destaque entre músicos conceituados. Passou a fazer diversos shows em pequenos bares pelas movimentadas ruas do Canadá e Estados Unidos. Dizem as más líguas que Anthony é ainda melhor ao vivo – um show man!

A primeira música de Unity, “When The Walls Come Down”, já mostra do que Anthony é capaz de fazer! Um groove fascinante e um fraseado de metais ao fundo marcam a música todo o tempo. Sua voz, meu Deus, é de dar inveja a muitos “negões” de New Orleans! Com ritmo quebrado, ricas convenções e solos muito bem trabalhados, Anthony impressiona já na primeira canção do álbum!

A faixa título, Unity, é a que faço questão de utilizar como ferramenta para apresentar o novo mestre às pessoas ao meu redor. É simplesmente fantástica! Começa com um belo riff de guitarra, totalmente clean, e ganha força e peso com a bateria e o baixo típico de Funk de primeira.

Anthony também demonstra dotar de uma sensibilidade única com as 3 baladas que constituem o repertório de “Unity”.  “Darkest Before de Down” é simplesmente emocionante, triste e comovente! A melodia é incrível e casa perfeitamente com sua bela e rouca voz. O solo dessa música é de tocar o coração. Basta estar em um momento sensível de sua vida e ouvir essa canção, e pronto: vai se sentir tocado! Ouçam a música abaixo:

 

"Going Down Slow" é uma Blues Ballad de primeiríssima qualidade, assim como o restante do CD! Com pouco mais de 7 minutos, Anthony Gomes apresenta um belo blues - daqueles do tipo Eric Clapton e Joe Bonamassa! O solo de quase 3 minutos é de dar inveja a muitos guitarristas amantes do tradicional ritmo de blues. Além de tudo, sua voz está realmente incrível nessa canção, acreditem!

Enfim, vocês precisam ouvir para entender o que estou falando. Garanto, Anthony Gomes ainda vai dar o que falar. Deixo aqui minha aposta! Daqui uns anos quero ler esse post e dizer: Olha, eu estava certo. Anthony é o cara!

Por Leandro Mendes
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